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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Reduçaõ de Custos - Planejamento da Crise

Imagine-se na seguinte situação hipotética: você é o diretor(a) financeiro da filial brasileira de uma multinacional com atuação na área de seguros. A sua empresa teve um crescimento incrível nos últimos cinco anos e, por conta disso, aumentou os investimentos em infra estrutura, funcionários, marketing, entre outros. De repente você (e a torcida do Flamengo) se vê diante de uma crise que, dizem, tem várias causas: guerra no Oriente Médio, atentados terroristas, golpe de estado na Venezuela, crise econômica na Argentina, falta de energia, entre outros. Você é pressionado a reduzir o budget da empresa em várias áreas. Qual é a sua atitude?



Em primeiro lugar, estabelecer uma política de redução de custos é uma atitude que deve ser tomada em tempos de vacas magras ou gordas (gestão pragmática). E, geralmente, o que ocorre é o que colocamos na nossa historinha: na hora do aperto, corta-se indiscriminadamente, sem pensar nas consequencias a curto, médio e longo prazo. Se você reduz drasticamente o seu quadro de funcionários, é claro que vai comprometer o atendimento ao cliente; se elimina a verba do marketing, corre o risco de perder espaço para os seus concorrentes, e por aí vai.
Uma recente pesquisa, realizada nos Estados Unidos, mostra uma verdade que pode até parecer óbvia, mas não é praticada pela maioria das companhias: “Empresa que utiliza a redução de custos para criar uma organização mais enxuta e eficiente não irá sobreviver apenas em tempos economicamente difíceis, mas, principalmente, irá prosperar em todas as fases do ciclo de negócios”. Talvez uma boa dona de casa possa nos ensinar essa lição de maneira simples. Aquela que gasta o necessário para manter a casa organizada e abastecida, com certeza vai ter dinheiro para investir em melhorias (a reforma do banheiro, a compra de um refrigerador novo, mais economico). 
No mundo dos negócios pode não ser tão simples, mas a estratégia é a mesma. A pequisa apresenta os principais passos para se tornar competitivo e reduzir custos ao mesmo tempo. Primeiro a empresa deve se perguntar se tem controle de todos – todos mesmo – os seus custos. Com a situação atual, os seus negócios são mais eficientes do que os de seus concorrentes? Como ficarão depois de reduzir os custos? Qual é a expectativa dos investidores/acionistas quanto ao tempo e à economia que a empresa irá conseguir? 
Feito isso, é necessário estabelecer, detalhadamente, cada área passível de redução, os objetivos a curto, médio e longo prazo e, finalmente, o novo modelo operacional com o custo reduzido. Em um plano estratégico de redução de custos, acredite, os cortes vão de 5% a 30%, no máximo, em cada categoria. Em algumas áreas, como outsourcing, será necessário – e bem vindo – um aumento de investimentos.
Outras áreas vistas como “supérfluas” passam a ter importancia redobrada. É o caso do marketing. É claro que é necessário cortar gastos, mas a redução drástica de despesas com comunicação pode gerar um problema para a empresa que, mesmo em tempos de crise, precisa continuar vendendo. A solução? Negociar custos com fornecedores, revisar procedimentos e estabelecer parcerias em eventos.
Uma coisa é certa: se a sua empresa tiver bem claros os seus objetivos e souber avaliar a redução de custos como uma estratégia – e não uma necessidade – , não terá de “passar a faca” em nenhuma área e estará preparada para aproveitar os tempos de bonança e sobreviver durante a tempestade.


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